OUTUBRO ROSA: Relatos de quem venceu o câncer de mama

A descoberta na fase inicial foi fundamental para o combate da doença

Diariamente recebemos notícias de diversas áreas, muitas delas escolhemos ver, outras não há como fugir, independente de serem boas ou ruins. Para Cláudia Dominguez, Jornalista e Professora de 44 anos, a notícia que recebeu no feriado de 7 de setembro de 2017 despertou naquele momento, talvez o seu maior medo: “Meu maior medo foi de morrer”.

No Outubro Rosa, mês de campanha para a prevenção e combate ao câncer de mama, Cláudia é um exemplo da importância de manter os exames em dia e contou numa entrevista coletiva aos alunos de Jornalismo de uma faculdade em Santos, no segundo semestre de 2018, sobre o seu diagnóstico da doença e como foram seus dias de tratamento até a retirada do tumor. 

Sem “papas na língua”, Dominguez falou abertamente sobre o assunto. Disse que no início, ao ter que repetir o exame até achou que a técnica a examinou errado, mas ressaltou que se não fosse a precisão da profissional, talvez não teria tido o diagnóstico naquele momento: “Nossa, ela apertou tanto que até chorei! No primeiro momento fiquei brava com ela, mas talvez se não tivesse feito daquele jeito talvez eu não saberia da doença”. 

A partir do diagnóstico, Cláudia mergulhou no tratamento, mudou completamente a alimentação e passou a se dedicar na sua recuperação, mas não foi fácil, o psicológico também ficou muito abalado. Segundo ela, mesmo não se preocupando com a aparência física, o maior sofrimento foi com seu interior: “Não tive problema com meu cabelo, nada externo. A autoestima interna acho que não reconstruí. Eu visitei às trevas. Era como se eu estivesse mergulhado a 20 km de profundidade” e ressaltou a importância do apoio psicológico: “O apoio psicológico é muito importante desde o primeiro dia do diagnóstico até o fim do tratamento”.

Foi no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) em São Paulo que ela realizou o tratamento. Eram 6 horas de quimioterapia, e foi no hospital que mantinha contato com mulheres que estavam na mesma situação. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio 2018/2019, sejam diagnosticados 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres, números que assustam e que refletem a importância da campanha. 

O apoio de familiares, amigos e colegas de trabalho fazem a diferença na vida de quem luta contra a doença. Ela contou também que além da família, teve muito apoio de seus coordenadores, incentivos de pessoas que se identificavam ao vê-la e brincou ao contar das reações das crianças na rua: “As crianças são incríveis, porque não tem maldade, são sinceras.”
Hoje ela é dada como curada pelos médicos, mas teme o retorno da doença e por isso se mantém em alerta. Apesar de todas as dificuldades que enfrentou, Cláudia se mostra forte em seus relatos, reflexo de uma mulher ativa, independente e realista: “Para mim, é o que é! É o que estou vivendo agora!”.

Atualmente ela vive em Portugal, país onde está estudando para conseguir o Doutorado em Ciências da Comunicação na Universidade Minho. Foto: Arquivo pessoal/Instagram 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UMA MULHER E TRÊS AMORES: FAMÍLIA, JORNALISMO E ESPORTE

RECORD TV: UMA VISITA ÀS INSTALAÇÕES DA EMISSORA MAIS ANTIGA EM ATIVIDADE NO BRASIL

Tem dor pior do que a da saudade?